Canábis Medicinal 101: O Guia Completo Da Marijuana Medicinal

Canábis Medicinal 101: O Guia Completo Da Marijuana Medicinal

Neste artigo, vamos analisar a canábis medicinal profundamente e tudo o que precisa de saber sobre ela.


A canábis contém centenas de moléculas importantes. Muitos destes químicos, incluindo o THC e o CBD, demonstram potencial em estudos científicos e em relatos anedóticos. Descubra exatamente como funciona a marijuana medicinal, se é viciante, e se provoca quaisquer efeitos secundários.

O que é a Marijuana Medicinal?

A marijuana medicinal e a marijuana recreativa são essencialmente o mesmo produto utilizado para diferentes fins. As flores de canábis contêm altos níveis de substâncias como o THC e CBD, que os investigadores estão a explorar no laboratório.

Quando utilizadas para um propósito em específico, muitas destas moléculas demonstram sinais iniciais promissores em estudos celulares e com animais, bem como numa série limitada de ensaios em humanos.

Embora os relatos anedóticos afirmem que algumas pessoas sentem ótimos benefícios quando utilizam a marijuana medicinal, fumar erva certamente que não representa uma cura milagrosa que previne e cura doenças.

Os doentes que consomem marijuana medicinal utilizam a canábis de várias formas, incluindo vaporizar flores em estado bruto e extratos, consumir comestíveis ou administrar óleos sublinguais.

O que é a Marijuana Medicinal?
  • Lacunas na investigação

A escassez de dados disponíveis constitui um grande desafio à validação de relatórios anedóticos aparentemente milagrosos relativamente à marijuana medicinal. Embora os cientistas tenham explorado a canábis aprofundadamente há mais de um século, as décadas de proibição comprometeram a nossa compreensão da erva, bem como os seus efeitos medicinais.

Atualmente, a Drug Enforcement Administration "Administração da Fiscalização de Estupefacientes" (DEA) nos Estados Unidos classifica a canábis como um estupefaciente do quadro I[1], juntamente com o LSD, a heroína e o mescal. Por definição, as substâncias nesta categoria não têm atualmente utilização medicinal aceite e têm um elevado potencial para levar à dependência. Esta listagem contradiz a utilização atual da erva no país, onde os cidadãos são prescritos com canábis para doenças médicas em 36 estados. O consumo de canábis também ainda é tecnicamente proibido pela lei da UE, enquanto alguns países-membros legalizaram o seu consumo sob condições específicas.

O que é canábis?

A canábis é uma espécie de planta florescente que pertence à família Cannabaceae, que também engloba o lúpulo e árvores celtas. As plantas de canábis são dioicas (desenvolvem plantas fêmea e macho separadamente) e a maioria dos produtos de canábis que consumimos, recreativa ou medicinalmente, são derivadas das flores das plantas fêmea.

Há muita discussão sobre a taxonomia adequada das plantas de canábis. Porém, geralmente as plantas de canábis são divididas entre as seguintes espécies diferentes: canábis indica, canábis sativa e canábis ruderalis.

Compreender os componentes da canábis

A planta da canábis contêm mais de 400 compostos químicos diferentes. Mais de 100 são canabinoides, compostos que podem agir direta ou indiretamente nos recetores de canabinoides.

Os dois componentes mais conhecidos da canábis são o THC (tetrahidrocanabinol) e o CBD (canabidiol). O THC é o componente principal encontrado na canábis, e é o que causa os seus efeitos intoxicantes. O CBD, por outro lado, é encontrado tipicamente em maiores concentrações no cânhamo ou variedades de canábis especialmente cultivadas para serem ricas neste canabinoide.

Além dos canabinoides, a canábis também contém outros compostos vitais, como os terpenos. Estes são encontrados nos óleos essenciais das plantas e têm um papel importante no aroma único da canábis.

Cada planta de canábis terá a sua própria composição química distinta. Certas plantas, por exemplo, podem ter concentrações mais altas de alguns canabinoides e terpenos do que outras. Isto deve-se às genéticas de diferentes cultivares.

Compreender Os Componentes Da Canábis

O efeito 'entourage'

Muitos estudos sobre a canábis focam-se em examinar os efeitos dos compostos individuais isolados. E embora isso possa explicar muito sobre esses compostos, também levantou muitas questões sobre as propriedades únicas da canábis.

O termo "efeito entourage" foi descrito por Raphael Mechoulam, um investigador israelita. Em 1998, Mechoulam e uma equipa de colegas descreveram o efeito 'entourage' num estudo[2] publicado no European Journal of Pharmacology. O estudo descreveu como os efeitos da canábis não são apenas trazidos pelos químicos individuais da planta, mas também pela forma como esses químicos interagem dentro do corpo.

Um exemplo simples do efeito 'entourage' pode ser visto na interação entre o THC e o CBD. Numerosos estudos mostraram que o CBD pode reduzir[3] alguns dos efeitos intoxicantes do THC ao afetar a habilidade química de este se conectar aos recetores CB1 no cérebro e no corpo.

Outros exemplos do efeito 'entourage' podem ser vistos ao comparar os efeitos do canabinoide sintético isolado como dronabinol (THC sintético puro), por exemplo, com os dos canabinoides naturais. Os efeitos do dronabinol são bem diferentes dos do THC, e os seus efeitos secundários tendem a ser muito mais intensos e prolongados.

Pode ser difícil de acreditar nisto, uma vez que o dronabinol é estruturalmente muito similar ao THC. Porém, as diferenças grandes entre os efeitos do dronabinol e do THC devem-se provavelmente ao efeito 'entourage', pois o dronabinol contém apenas THC puro, enquanto a canábis contém uma grande quantidade de outros componentes.

Compreender o sistema endocanabinoide

Para entender a canábis medicinal, é vital compreender o sistema endocanabinoide - o sistema que media os efeitos da canábis nos nossos corpos.

Acredita-se que o sistema endocanabinoide (SE) é um sistema regulador. Na verdade, alguns consideram-no o principal sistema homeostático no corpo, responsável por manter um equilíbrio cuidadoso que faz com que os nossos corpos funcionem da melhor forma possível.

Compreender O Sistema Endocanabinoide

O sistema é composto basicamente por três componentes principais:

  • Endocanabinoides como anandamida e 2-AG. Estes compostos são similares aos canabinoides encontrados na canábis, mas são produzidos naturalmente pelo corpo.
  • Recetores canabinoides CB1 e CB2, que recebem endocanabinoides. Os recetores CB1 são encontrados em altas concentrações no cérebro, enquanto os recetores CB2 são encontrados nas células imunitárias.
  • Enzimas, como ácidos gordos amido-hidrólase e citocromo P450, que ajudam a sintetizar, transportar e metabolizar os canabinoides.

O corpo produz endocanabinoides em resposta a uma ampla variedade de fatores, incluindo exercício, stress, hora do dia e mais. Quando estamos a viver um evento stressante, por exemplo, os nossos corpos produzem endocanabinoides para ajudar a minimizar os efeitos negativos do stress.

Esses endocanabinoides são então transportados e ativam recetores específicos. Para o ajudar a visualizar isto, pense nos recetores canabinoides como fechaduras e nos endocanabinoides como chaves. Quando um endocanabinoide ativa um recetor, ele aciona uma resposta específica no corpo.

Até ao momento, os estudos mostram que o sistema endocanabinoide está envolvido numa série de processos corporais. Estes incluem:

Inflamações e dores Humor e desejo sexual
Sono Temperatura corporal e função imunitária
Digestão Resposta ao stress

A canábis como remédio

O sistema endocanabinoide foi descoberto no século XX após alguns investigadores procurarem compreender os mecanismos pelos quais a canábis oferece os seus efeitos intoxicantes únicos. Hoje, acredita-se que o SE é um potencial alvo terapêutico para uma série de condições, e as terapias baseadas na canábis estão a tornar-se cada vez mais populares.

Até agora, a maioria dos investigadores da canábis medicinal focou-se no THC e no CBD. O THC é um agonista do recetor CB1, ou seja, ele conecta-se diretamente aos recetores CB1. Quando age assim, oferece uma variedade de efeitos que variam dependendo do método de administração, do tamanho da dose e da sensibilidade individual à canábis.

O CBD, por outro lado, é muito mais complicado. Ao contrário do THC, o CBD não possui uma alta afinidade com os recetores canabinoides. Por sua vez, ele trabalha com os recetores de serotonina, vaniloides, GABA, gama e uma série de outros. Na verdade, o CBD mostrou agir através de 60 caminhos moleculares diferentes.

A canábis medicinal está realmente a usar os componentes da canábis para restaurar o equilíbrio do sistema endocanabinoide e, portanto, aliviar uma variedade de doenças e os seus sintomas.

Contudo, pode ser difícil compreender a canábis e como é que esta exerce uma variedade tão grande de efeitos no corpo.

O CBD é Eficaz Sem o THC?

O CBD aparenta funcionar bem sem o THC. Muitas pessoas reportam bons resultados quando utilizam produtos de óleo CBD que contém apenas quantidades residuais de THC.

Alguns pacientes e empresas são proponentes de isolar os canabinoides pelos seus efeitos individuais na esperança de obterem grandes doses das moléculas isoladas. Embora algumas pessoas reportem êxito utilizando este método, a investigação emergente aponta para os benefícios de utilizar toda a planta, tal como pretendido pela natureza.

As flores de canábis contêm mais de 100 canabinoides e mais de 200 terpenos. Embora estes compostos ofereçam os seus respetivos benefícios isoladamente, eles também aparentam funcionar bem uns com os outros, criando um efeito entourage[4]. A investigação que está a decorrer sugere que os canabinoides e os terpenos podem estabelecer uma sinergia para criarem melhores resultados. Isto inclui a ideia de que o CBD e o THC funcionam bem em conjunto (bem como separadamente).

Há um ponto de vista que tem começado a ganhar cada vez mais adeptos, no qual as pessoas veem o CBD como a molécula medicinal não-psicoativa e o THC como o componente psicoativo recreativo "divertido". No entanto, isto não poderia estar mais desfasado da verdade. Muitos estudos que estão a decorrer também estão a explorar o potencial medicinal do THC.

As ações e investimentos das empresas farmacêuticas também serve de testemunho à emergência do THC como um canabinoide medicinal convencional. Por exemplo, a Insys Therapeutics criou uma forma sintética do THC, conhecida como dronabinol.

Curiosamente, a Food and Drug Administration "Administração de Alimentos e Medicamentos" (FDA) dos Estados Unidos aprovou o medicamento como seguro e eficaz para anorexia induzida por HIV/SIDA[5] e náusea e vómitos induzidos por quimioterapia[6].

A DEA também passou o dronabinol do quadro I para o quadro II, não obstante o facto de ter mantido a canábis presa na categoria mais restritiva.

A Canábis Como Remédio

Investigação sobre a marijuana medicinal

  • Inflamação

Há um grande número de investigações que demonstram que o sistema endocanabinoide desempenha um papel vital na regulação dos processos inflamatórios[7]. Além disso, os estudos pré-clínicos em modelos animais demonstraram que os canabinoides podem reduzir a inflamação[8] associada a vários problemas de saúde. Um artigo de 2018[9] sugere o potencial dos canabinoides para aliviar os sintomas da osteoartrite através da catalisação da ação anti-inflamatória, analgésica e antinocicetiva do sistema endocanabinoide. Contudo, os investigadores são lestos a apontar que apenas foram realizados alguns testes clínicos relacionados com a segurança e eficácia da canábis medicinal neste domínio.

  • Dores

O sistema endocanabinoide também tem um papel importante na forma como sentimos e reagimos à dor. Estudos descobriram recetores canabinoides em locais[10] presinápticos através dos sistemas nervoso periférico e central. Os canabinoides que agem nesses recetores podem alterar a transmissão dos sinais de dor. Portanto, os canabinoides tornaram-se um tópico de interesse no tratamento de vários tipos de dor, incluindo a dor nociceptiva de lesões como a dor neuropática causada pela esclerose múltipla.[11]

  • Doenças de pele

O sistema endocanabinoide está ativo[12] em toda a pele e pode ser ativado com produtos tópicos de canábis como cremes, óleos, pomadas e mais. Esta descoberta deu lugar a uma indústria enorme de produtos canábicos tópicos que podem ajudar com a acne, reações alérgicas, dermatite, psoríase e mais.

  • Estado da saúde mental

A investigação sobre os efeitos dos canabinoides no estado da saúde mental ainda é frustrantenemente limitada, embora os canabinoides tenham demonstrado exibir potencial neuroprotetor[13] nos estudos preliminares. Além disso, pensa-se que os canabinoides promovem a neurogénese[14] (a criação de novas células no cérebro) nas principais áreas do cérebro associadas à saúde mental.

  • Tumores

Um dos papeis do sistema endocanabinoide é a regulação do crescimento e morte de células. Em anos recentes, isto suscitou muita discussão sobre o potencial de usar canabinoides no tratamento de tumores. Embora ainda nos estágios iniciais, novos estudos sugerem que as terapias com canabinoides[15] podem ajudar a regular o crescimento e evolução de tumores.

  • Náusea, vómitos, apetite

A investigação destacou uma ligação entre tanto o THC e o CBD[16] e a náusea e vómitos[17] em modelos animais.

  • Perturbações do sono

Considerando os efeitos frequentemente sedativos da canábis rica em THC (especialmente em grandes quantidades), é fácil de constatar que a canábis poderá ter potencial como um precioso auxiliar para dormir. Infelizmente, a investigação de qualidade superior nesta área ainda é escassa. Ainda assim, tendo em conta que existem resmas de relatos anedóticos sobre o sedativo, os efeitos que induzem o sono das cepas com uma forte presença indica, por exemplo, aqueles que procuram acelerar a viagem para a terra dos sonhos podem considerar que a canábis rica em THC facilita o processo. O CBD também está a ser estudado[18] quanto ao seu potencial neste campo, embora os resultados ainda não sejam conclusivos.

Perturbações Do Sono

Como ter acesso à canábis medicinal

Alguns países do mundo já legalizaram a canábis para uso medicinal, como a Holanda, Luxemburgo, Alemanha, Canadá, Austrália e muito estados nos EUA. Os programas de canábis medicinal em cada região variam, algumas vezes de forma radical. No geral, porém, a maioria dos países legalizou a canábis para uma lista restrita de doenças. Os pacientes com essas doenças precisarão de ser diagnosticados por um profissional médico e receber uma prescrição para a canábis ou um cartão de canábis medicinal para comprar de um dispensário ou farmácia.

Leis Sobre a Marijuana e Canabinoides Sintéticos

A canábis permanece ilegal para uso medicinal em muitos países europeus, mas alguns governos começaram a aliviar as restrições para os medicamentos baseados na canábis. Estes são frequentemente criações patenteadas e sintéticas que imitam os efeitos da canábis. Alguns permitem o uso de flores, embora sejam menos comuns.

Esses produtos incluem:

Nabilona Um canabinoide sintética que imita o THC prescrito para tratar a dor neuropática e as náuseas e vómitos provocados pela quimioterapia.
Dronabinol
Outra versão sintética do THC utilizada para tratar os efeitos secundários da quimioterapia e a perda de peso associada ao HIV e SIDA.
Epidiolex
Um medicamento aprovado pela FDA que contém CBD, utilizado para tratar os ataques epiléticos.
Sativex
Uma fórmula que contém THC e CBD, utilizado para tratar a espasticidade na esclerose múltipla.

Como usar a canábis medicinal

A canábis medicinal está disponível de várias formas. Estas incluem:

  • Tinturas e óleos: As tinturas consistem em canábis extraída com álcool, enquanto os óleos utilizam algum tipo de óleo transportador (geralmente azeite ou óleo de semente de cânhamo). Estes produtos podem conter CBD, THC e qualquer outro composto encontrado na canábis. Alguns produtos também contêm outros ingredientes para oferecer um alívio mais especializado para um sintoma ou doença em particular. As tinturas e óleos são geralmente tomados sob a língua, onde são absorvidos pelas membranas mucosas na boca e causam efeitos em apenas 15 minutos.
  • Comestíveis: Os comestíveis de canábis existem em vários formatos. Podem conter altas doses de canabinoides e precisam de ser processados pelo sistema digestivo para causar efeitos.
  • Produtos tópicos: Os tópicos, como cremes e loções, são aplicados diretamente na pele. Podem conter uma variedade ampla de outros ingredientes para ajudar a combater sintomas como inflamação, comichão, vermelhidão, dores, acne, erupções cutâneas e mais. Os produtos de canábis tópicos geralmente causam efeitos em 10 minutos. Os canabinoides nestes produtos oferecem alívio local, mas não chegam até à corrente sanguínea.
  • Flor: As flores secas de canábis são ricas em tricomas, que contêm canabinoides, terpenos e outros compostos que conferem à canábis as suas propriedades medicinais únicas. Estas flores são geralmente fumadas ou vaporizadas, mas podem também ser infundidas em óleos, manteigas e outros. As plantas de canábis medicinal podem ser cultivadas a partir de sementes ou de clones, dependendo da disponibilidade e do tipo de cultivo.
  • Concentrados: Os concentrados de canábis são feitos ao extrair componentes importantes do material vegetal da canábis para criar um extrato potente. Estes extratos possuem muitos nomes diferentes, como haxixe, óleo, óleo de haxixe e mais. São tipicamente vaporizados com um vaporizador ou cachimbos especializados, mas podem também ser fumados ou adicionados a comestíveis.
  • Emplastros transdermais: Os emplastros transdermais de canábis, como o nome sugere, são esparadrapos tópicos que levam os canabinoides à pele e corrente sanguínea. Isto torna-os diferentes de outros tópicos, pois oferecem uma libertação constante e prolongada dos canabinoides no sistema.
Como usar a canábis medicinal

Como dosar a canábis medicinal

A dose é muito importante quando se trata de utilizar a canábis medicinal. Infelizmente, a canábis afeta as pessoas de formas diferentes, portanto ainda não há diretrizes estritas sobre como medir remédios à base de canábis.

Ao usar THC, os pacientes podem encontrar alívio com microdoses de 2,5mg. De facto, a microdosagem tem-se tornado muito popular porque permite que os pacientes encontrem alívio dos seus sintomas sem os efeitos fortes e intoxicantes que o THC causa em grandes doses. Outros pacientes, porém, podem precisar de doses maiores para sentir alívio.

A dosagem do CBD também é bastante pessoal e geralmente precisa de algumas tentativas e erro para que os pacientes encontrem a dose certa. Geralmente, recomenda-se que os pacientes comecem com pequenas doses de CBD e aumentem com o tempo. A ideia é progredir lentamente até uma dose que ofereça alívio máximo sem produzir efeitos secundários.

Infelizmente, há ainda menos informações sobre a dosagem de outros canabinoides como o CBN, CBG e CBC, pois estes compostos foram alvo de muito menos estudos que o THC e CBD.

Efeitos Secundários da Marijuana Medicinal

Tal como todos os medicamentos, a canábis também apresenta o seu respetivo conjunto de efeitos secundários. Ao contrário dos opioides e de outros estupefacientes frequentemente associados à sobredoses, a canábis não suprime o controlo respiratório no cérebro. Por conseguinte, os casos de sobredosagem devido à canábis são praticamente inexistentes.

No entanto, a canábis pode afetar as pessoas tanto a curto quando a longo prazo. Há grandes preocupações quanto a utilização da canábis entre os adolescentes e sobre como a erva pode impactar negativamente o cérebro em desenvolvimento[19].

Os efeitos secundários da canábis diferem consoante o principal canabinoide ativo. Por exemplo, tanto o THC quanto o CBD produzem efeitos muitos diferentes.

Os possíveis efeitos secundários do THC incluem:

Olhos vermelhos Boca seca
Memória comprometida Ansiedade
Paranóia Pânico
Aumento da frequência cardíaca Tempos de reação reduzidos
Problemas de coordenação

Os possíveis efeitos secundários do CBD incluem:

Tontura Diarreia
Perda de peso Fadiga
Alterações no apetite Sonolência

A Marijuana Medicinal é Viciante?

Os consumidores de marijuana medicinal podem viciar-se na canábis, embora o risco seja geralmente visto como baixo. Conhecida como perturbação do uso de marijuana, a viciação na erva pode impactar o sistema de recompensa do cérebro e resultar inclusive em alterações no sistema da dopamina[20] — uma rede responsável pelos sentimentos de prazer.

A investigação demonstra que os casos de perturbação do uso de marijuana subiram[21] nos estados americanos que aprovaram medidas para legalizar a canábis recreativa. Os dados sugerem que uma grande porção, tanto de adultos quando de jovens consumidores de canábis, corre um risco significativo[22] de desenvolverem a condição, inclusive se não consumirem canábis com tanta frequência inicialmente.

No entanto, a legalização da marijuana nestas áreas aparenta estar a reduzir os casos de sobredosagens fatais com opiáceos[23].

Tal como a dependência de qualquer outra substância, a perturbação do uso de marijuana manifesta-se sob a utilização crónica da erva, sentimentos de dependência e inclusive sintomas de abstinência[24].

A maioria desta investigação foca-se no vício da canábis em termos de canábis rica em THC, mas os investigadores estão[25] agora a tentar compreender se o CBD pode ajudar as pessoas a combater na realidade o vício, com estudos[26] a analisarem especificamente o vício em cocaína e metanfetaminas.

O Futuro da Marijuana Medicinal

A marijuana medicinal continua na sua fase de infância. À medida que as proibições continuam a levantar-se em todo o mundo, os cientistas conseguem examinar a canábis com maior profundidade e compreensão. Enquanto os investigadores começam a revelar os efeitos de centenas de outros canabinoides e terpenos e como estes estabelecem as respetivas sinergias, podemos esperar ver um enorme avanço.

O CBD e THC demonstram ser promissores, mas estes são apenas uma porção diminuta do cocktail químico que compõe a canábis. De futuro, é muito provável que vejamos misturas personalizadas de canabinoides e terpenos, feitas à medida de cada indivíduo e para problemas de saúde específicos.

External Resources:
  1. Drug Scheduling https://www.dea.gov
  2. An entourage effect: inactive endogenous fatty acid glycerol esters enhance 2-arachidonoyl-glycerol cannabinoid activity. - PubMed - NCBI https://www.ncbi.nlm.nih.gov
  3. Does Cannabidiol Protect Against Adverse Psychological Effects of THC? https://www.ncbi.nlm.nih.gov
  4. Taming THC: potential cannabis synergy and phytocannabinoid-terpenoid entourage effects https://www.ncbi.nlm.nih.gov
  5. MARINOL® https://www.accessdata.fda.gov
  6. A review of oral cannabinoids and medical marijuana for the treatment of chemotherapy-induced nausea and vomiting https://www.ncbi.nlm.nih.gov
  7. The endocannabinoid system: an emerging key player in inflammation. - PubMed - NCBI https://www.ncbi.nlm.nih.gov
  8. Cannabinoids as novel anti-inflammatory drugs. - PubMed - NCBI https://www.ncbi.nlm.nih.gov
  9. Cannabis and joints: scientific evidence for the alleviation of osteoarthritis pain by cannabinoids. - PubMed - NCBI https://www.ncbi.nlm.nih.gov
  10. The role of the endocannabinoid system in pain. - PubMed - NCBI https://www.ncbi.nlm.nih.gov
  11. Oromucosal delta9-tetrahydrocannabinol/cannabidiol for neuropathic pain associated with multiple sclerosis: an uncontrolled, open-label, 2-year ext... - PubMed - NCBI https://www.ncbi.nlm.nih.gov
  12. The endocannabinoid system of the skin in health and disease: novel perspectives and therapeutic opportunities. - PubMed - NCBI https://www.ncbi.nlm.nih.gov
  13. Cannabidiol, neuroprotection and neuropsychiatric disorders. - PubMed - NCBI https://www.ncbi.nlm.nih.gov
  14. The role of cannabinoids in adult neurogenesis https://www.ncbi.nlm.nih.gov
  15. Cannabis and CBD for Cancer https://www.projectcbd.org
  16. Regulation of nausea and vomiting by cannabinoids https://www.ncbi.nlm.nih.gov
  17. Regulation of nausea and vomiting by cannabinoids and the endocannabinoid system. - PubMed - NCBI https://www.ncbi.nlm.nih.gov
  18. Effects of acute systemic administration of cannabidiol on sleep-wake cycle in rats. - PubMed - NCBI https://www.ncbi.nlm.nih.gov
  19. Marijuana and the developing brain https://www.apa.org
  20. Hardcore pot smoking could damage the brain's pleasure center https://www.sciencemag.org
  21. Association Between Recreational Marijuana Legalization in the United States https://jamanetwork.com
  22. Assessing the risk of marijuana use disorder among adolescents and adults who use marijuana https://www.tandfonline.com
  23. Legalizing Marijuana Decreases Fatal Opiate Overdoses, Study Shows https://drugabuse.com
  24. What to know about marijuana withdrawal https://www.medicalnewstoday.com
  25. CBD: Is it addictive? https://www.medicalnewstoday.com
  26. Cannabidiol Treatment Might Promote Resilience to Cocaine and Methamphetamine Use Disorders https://www.ncbi.nlm.nih.gov
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